Atualmente, a ISA – international society of automation, ou Sociedade Internacional da Automação – vem se destacando como a maior regulamentadora de operações, conexões e do estabelecimento de boas práticas na automação industrial pelo mundo.
Com várias recomendações de padronização voltadas para o bom funcionamento das soluções de automação, a ISA vem pavimentando o caminho da automação industrial do futuro.
A ISA 101, um dos documentos de padronização mais recentes do comitê, é mais um esforço nessa direção, se importando com a padronização das interfaces homem-máquina, ou IHMs. Mas o que são essas soluções de automação industrial, exatamente?
O que são as IHMs?
A maior preocupação da ISA 101 é a padronização do design, da funcionalidade, do display e da interação entre os operadores e as IHMs.
IHM não padronizado com os padrões ISA 101 – Imagem via ISA.
As IHMs são exatamente o que o nome diz: interfaces entre homens – os operadores – e as máquinas e recursos da automação industrial. São dispositivos destinados à operação de outros equipamentos, assim como a interpretação dos dados que essas soluções oferecem.
Dessa forma, as IHMs que a ISA 101 busca padronizar e normatizar são o gateway entre o operador e o que os equipamentos podem entregar, pautados nas necessidades da indústria.
O que é a ISA 101?
Para clarificar melhor o que de fato é a ISA 101, podemos dizer que ela é um conjunto de recomendações obtidas através do consenso de profissionais da indústria, desenvolvedores, fabricantes e acadêmicos relacionados à automação industrial para criar melhores interfaces homem-máquina e lidar com elas de forma otimizada, segura e produtiva.
Interface homem-máquina padronizada de acordo com a ISA 101 – Imagem via ISA.
Como nós mencionamos anteriormente, as IHMs lidam com operações de consulta e controle, e normalmente se apresentam como sistemas que mostram informações aos operadores. Ora, a automação industrial traz uma quantidade bem grande de informações, e com a IIoT já se tornando uma realidade, os indicadores e dados nas IHMs só tende a ficar cada vez mais extensos.
A maior pergunta é como tornar as IHMs intuitivas e de fácil uso, e é isso o que a ISA 101 busca fazer. Mas como?
O escopo da ISA 101
As recomendações técnicas, relatórios e práticas recomendadas de operação da ISA 101 são destinadas para – de acordo com a própria ISA – os responsáveis pela criação e design de IHMs, pelos implementadores da tecnologia e, principalmente, para os seus usuários, os operadores no chão de fábrica.
A ISA 101 adereça hierarquias de menu, convenções de navegabilidade pela tela, convenções de gráficos e cores, padronização e reconhecimento de elementos dinâmicos, convenções de alarme, atribuições de assinatura eletrônica e segurança, histórico de uso e alterações, telas de ajuda e métodos para lidar com alarmes, configuração de interfaces para servidores, databases e redes, dentre outros.
É possível ver que a ISA 101 procura repaginar completamente não só o visual das interfaces homem-máquina, mas também suas funcionalidades.
Filosofia, estilo e toolkit
A ISA 101 estabelece três principais guidelines que buscam a padronização das interfaces homem-máquina ao mesmo tempo em que as torna mais eficientes, intuitivas e fáceis de entender.
É o que a ISA 101 convencionou chamar de ciclo de vida das IHMs que se utilizam da norma, pois elas compreendem desde a concepção das interfaces homem-máquina até a sua implementação com sucesso e manutenção.
A filosofia diz respeito ao que você busca atingir com a sua interface homem-máquina, ou seja, um entendimento dos dispositivos instalados, o que eles são, como funcionam e o que exatamente eles fazem. Com isso, uma “criação de conceitos”, segundo a ISA 101, que auxilia na criação de uma interface homem-máquina coerente e otimizada para a operação.
O próximo passo no ciclo de vida da IHM é o estilo. O estilo diz respeito às recomendações de display das interfaces homem-máquina, que devem seguir os parâmetros da ISA 101 em caráter aditivo, ou seja, que é padronizado mas que ainda possui espaço para as necessidades específicas da planta.
Finalmente, o último estágio do ciclo de vida diz respeito à implementação. O toolkit é a criação de ícones, simbologias e padronização de processos que devem respeitar os passos anteriores, e estabelece uma biblioteca de recursos para serem aplicados caso surjam novos recursos no sistema.
Nessa fase, a ISA 101 também recomenda padrões de treinamento e manutenção das interfaces homem-máquina, entregando o poder nas mãos do operador.
Justificando a ISA 101: os erros humanos são realmente culpa dos operadores?
Em qualquer ambiente de produção, não importa o quanto a automação industrial seja presente, sempre haverá um fator de risco quase invisível: o erro humano.
Porém, a concepção da ISA 101 pauta-se em um questionamento que deve ser levantado: qual é o grau de responsabilidade do operador por um erro cometido? Quais são os fatores que podem contribuir para a ocorrência da falha? Como mitigá-los?
A interface deve ser integralmente aderente a operação e não causar distração ou fadiga do operador com o uso de esquemas complexos, objetos 3D ou uso de alto contraste de cores.
Essa é a maior preocupação da ISA 101 e, podemos dizer, de todas as padronizações propostas pela ISA.
Através da padronização do design dos IHMs, das informações contidas no display, da densidade dos caracteres, da atualização de processos operacionais, administrativos e a aplicação de treinamentos, a ISA 101 pretende diminuir as ocorrências de erro humano na operação de IHMs, tornando essas interfaces fáceis de entender e utilizar.O poder, então, passa para quem realmente se utiliza constantemente das interfaces homem-máquina: o operador.
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(imagens: divulgação)